Um vigilante que trabalhou por mais de dez anos no Flamengo foi à Justiça do Rio de Janeiro cobrar uma indenização de quase R$ 3 milhões do clube por danos morais, além de salário vitalício, por sequelas deixadas após o incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019, que matou dez atletas da base rubro-negra. As informações são do jornalista Diego Garcia, em reportagem exclusiva para o Uol.
Desde então, o vigilante diz que sofre com um violento abalo emocional, que até hoje lhe traz repercussões e obriga ao uso diário de remédios, com atual quadro de saúde mental em estado grave, tendo desenvolvido doença psiquiátrica. Segundo a matéria do UOL, o profissional de segurança anexou ao processo laudos de médicos para comprovarem as sequelas.
Como vigilante do Ninho, o profissional aponta que o Flamengo se desviou das suas obrigações com seus jovens jogadores, ao ter relegado os adolescentes à própria sorte para viverem em contêineres, contra recomendações de segurança e com riscos graves de vida, enquanto pagava milhões de reais aos profissionais.
Assim, caso seja configurada a culpa do clube pelo incêndio que acarretou a doença profissional que atinge o vigilante, ele entende ter que ser indenizado pelos danos causados. O vigilante ainda se colocou à disposição para que seja realizada perícia médica com psiquiatra indicado pelo tribunal. Entre indenização por danos morais, salários, FGTS, 13º, multas, pensão mensal e vitalícia no valor de 100% de seu salário e honorários advocatícios, o vigilante cobra R$ 2,9 milhões do Flamengo.
O clube ainda não foi notificado da ação e, por isso, apontou que não iria comentar o assunto na imprensa.
Na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, um incêndio nas dependências do Ninho do Urubu vitimou dez jovens atletas das categorias de base do Flamengo: Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique da Silva Matos, Rykelmo de Souza Vianna, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías.