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Vídeo: “Ele é um monstro”, diz garoto espancado por homem após assobio

Apesar de apresentar hematomas por todo o corpo e estar com um olho roxo ocasionado pela sessão de espancamento de que foi vítima, o adolescente de 14 anos brutalmente agredido pelo vizinho identificado como Victor de Sales Batista, 27, foi para a escola normalmente, na manhã desta segunda-feira (25/4). Quando voltou para casa, o garoto conversou com a equipe de reportagem do Metrópoles. “Esse cara é um monstro”, disse o jovem.

O caso ocorreu na Vila Nova Divineia, no Núcleo Bandeirante, no último sábado (23/4). O menino não será identificado, por motivo de segurança e em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Bastante machucado, ele contou que ainda está com o corpo muito dolorido e que aguarda que a polícia prenda Victor o quanto antes. “Que faça a justiça. Ele pisou em mim, deu chute, soco, murros. Eu fiquei parado chorando e pensando: ‘Por que isso aconteceu comigo?’”, relembra.

Veja a entrevista:

O adolescente relatou que jogava futebol com os amigos quando tudo aconteceu. “Era sábado e estávamos na quadra jogando bola e aproveitando o dia. Ele apareceu e eu não imaginei que fosse me bater. Quando ele veio para cima de mim, ele disse: ‘E agora?’, me deu um murro e eu já caí no chão”, conta.

“Ele me bateu sem parar. Eu só fiquei tentando me defender e protegi a minha cabeça, que era o mais importante”, acrescentou.

O garoto também mencionou que Victor já havia o ameaçado pelo menos outras três vezes. “Ele reclamava do jeito que eu chamava a minha mãe, assobiando. Uma vez ele falou que ia me bater e eu revidei a provocação, dizendo que ele não era nem o meu pai e nem a minha mãe. Só quero justiça”, pede.

Victor de Sales Batista é acusado de agredir adolescente no Núcleo Bandeirante

O caso

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura o caso e deve intimar o agressor a prestar depoimento ainda nesta segunda-feira (25/4). O adolescente contou aos investigadores que, antes da série de chutes, Victor se aproximou e perguntou: “Você vai correr? Você não disse que não sou seu pai?”. Em seguida, o homem desferiu um soco no rosto do menor de idade. O garoto caiu no chão, Victor o xingou de “filho da puta”, “desgraçado”, e afirmou: “Na próxima vez, vou é te matar”.

Imagens reveladas pelo Metrópoles mostram o momento em que o menino está caído no chão de uma quadra de esportes, enquanto Victor o chuta pelo menos cinco vezes.

Assista ao vídeo das agressões:

A gravação tem apenas 12 segundos, mas as crianças que estavam na quadra esportiva afirmam que o homem agrediu o adolescente por cerca de 3 minutos. Os vizinhos confirmam a versão do garoto, de que as agressões teriam sido motivadas pelos assobios que o jovem fazia para chamar a mãe na frente de casa.

Em depoimento à 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), o adolescente destacou que Victor “sempre implicou muito” com ele. Segundo o garoto, o agressor disse, por diversas vezes, que “não ia com sua cara” e que ele o “incomodava”.

O menino afirmou ainda que, após a violência física, Victor saiu da quadra “caminhando tranquilamente, zombando da situação”. A vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) depois de prestar depoimento.

Veja como ficou o adolescente:marca nas costas

O agressor

De acordo com vizinhos, Victor mora na Vila Nova Divineia há pouco mais de um ano, com pai, irmã e madrasta. Eles não souberam informar a profissão do agressor e disseram que a família é bastante discreta.

Segundo Eduardo Ribeiro Machado, 32 anos, morador da região que recebeu o vídeo minutos após as agressões, esta não é a primeira vez que Victor se envolve em polêmicas na cidade. Há seis meses, um grupo de reeducandos do sistema socioeducativo limpava a calçada na rua, quando o homem passou de carro, de forma abrupta. Os reeducandos reclamaram, e o suspeito teria dado ré e os ameaçado. “Ele é um cara muito frio e agressivo”, avaliou o servidor público.

Assim que ficaram sabendo do ocorrido, vizinhos de Victor cercaram a casa do suspeito, ainda na tarde de sábado (23/4). O grupo tinha a intenção de questionar pessoalmente os ataques brutais ao garoto.

O momento em que moradores vão até a casa de Victor foi filmado. Nas imagens, é possível ver o grupo de homens em frente à residência do agressor, perguntando sobre o paradeiro do suspeito. Acuados, o pai e a irmã de Victor ficaram o tempo todo na parte de dentro do imóvel, protegidos por grades. Os familiares disseram que o rapaz não estava na residência e que a polícia já investiga o caso.

Assista ao vídeo da revolta dos moradores da região:

“Viemos defender ele. Aqui é Divineia. Aqui é unido ainda”, disse um dos moradores, nas filmagens obtidas pelo Metrópoles.

Exaltados, os homens queriam falar pessoalmente com Victor de Sales. “A delegacia não vai resolver, não. Nós vamos conversar com ele depois”, pontua um integrante do grupo. “Covarde do c*ralho”, bradou outro.

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