O TikTok, que vem passando por um período complicado nos Estados Unidos, parece ter decidido que é hora de reagir. Kevin Mayer, CEO do aplicativo, divulgou uma carta defendendo a permanência da empresa no país, e acusou abertamente o Facebook de tentar atrapalhar o app chinês por meio de “ataques malignos”.
De acordo com Mayer, a companhia de Mark Zuckerberg estaria tentando colocar fim à presença do TikTok nos Estados Unidos com “ataques disfarçados de patriotismo”. Ele também chamou atenção ao Lasso e ao Reels, duas ferramentas criadas pelo Facebook que apresentam semelhanças com o app da ByteDance. A primeira não pegou, e a segunda chegou recentemente ao Instagram.
“O Facebook está nos imitando pela segunda vez, depois de sua primeira tentativa falhar rapidamente”, afirmou. “No TikTok, nós apreciamos a competição. Acreditamos que, quando justa, ela nos faz melhorar”.
O CEO afirmou que o recém-criado fundo de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para criadores deve crescer para US$ 1 bilhão até 2023, possibilitando que os americanos tirem o máximo proveito econômico do aplicativo. Além disso, o fundo deve criar 10 mil empregos no país.
Mayer destacou, também, o fato de o TikTok ter se tornado um ambiente propício para se descobrir e viralizar música, como o sucesso “Old Town Road”, do rapper americano Lil Nas X. Sem o aplicativo, a faixa dificilmente teria alcançado a proporção que tomou.
Em 2019, “Old Town Road” foi compartilhada à exaustão no TikTok por fazer parte de um desafio no aplicativo.
Mayer finalizou dizendo que está disposto a dar todos os passos necessários para assegurar que a disponibilidade e o sucesso do app sejam duradouros. “Uma coisa que não mudará é o nosso compromisso de garantir que o TikTok permaneça sendo uma plataforma protegida e segura para as milhões de famílias americanas que o utilizam como fonte de alegria”, completou.
Momento oportuno
O contra-ataque do TikTok aconteceu em momento oportuno. Nesta quarta-feira (29), Mark Zuckerberg foi ao Congresso americano depor contra as acusações de que o Facebook teria construído um monopólio agindo de forma injusta com seus rivais.
Zuckerberg argumentou que o Facebook é uma companhia “orgulhosamente americana que, diferentemente da rival chinesa, preza pelos valores ocidentais de liberdade e democracia”.
“Pelo que conheço das nossas leis, as empresas não podem ser consideradas ruins só porque são grandes”, afirmou o bilionário americano. “Muitas companhias deixam de existir por não competirem. É por isso que estamos focados em criar e atualizar nossos produtos para oferecer às pessoas as melhores experiências possíveis”.