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João Pessoa

Sem medo da morte

João 14: 1-6

Não vivemos nesta terra para sempre, todos nós estamos cientes disso. O dia de finados é um lembrete gritante dessa realidade. Existe um temor, que assombra a humanidade por toda a vida, é maior do que qualquer outro, o medo da morte. O escritor de Hebreus fala desse medo: “Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele (Jesus Cristo) também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.” (Hb 2:14-15)

A Palavra de Deus, a Bíblia, nos apresenta que o único conforto que temos em relação à morte é a pessoa de Jesus Cristo. No texto em epígrafe, Jesus se aproximava da hora de Sua morte e falou aos seus discípulos palavras de consolo e esperança. Eles não eram diferentes de nós, quando se trata do medo da morte. Embora tivessem andado com Jesus e testemunhado Seu poder sobre a morte, em várias ocasiões, o receio da morte estava presente em seus corações. Cada vez que o Mestre dizia: “Eu vou morrer”, eles ficavam inquietos, e às vezes até tentavam persuadi-Lo a mudar sua missão para evitá-la. Nesse momento, enquanto celebrava a Páscoa com eles, Jesus lhes revelou que seria traído por um do grupo e condenado à morte, eles não seriam capazes de acompanhá-Lo imediatamente, mas o seguiriam mais tarde.

Imagine, por um momento, como você se sentiria se ouvisse de um grande amigo que ele está prestes a morrer, e você não seria capaz de vê-lo por um tempo, mas logo o veria novamente. Suponho que você pode pensar que essa pessoa não está raciocinando direito, pois o medo da separação, que vem com a morte parece tornar isso impossível. Pensamos na morte com muita frequência como um fim, mas Jesus tem outra perspectiva sobre ela.

As palavras de Jesus em João quatorze são proferidas para confortar Seus seguidores problemáticos, não apenas seus discípulos daquela época, mas todos nós que confiamos nEle para a vida eterna. Como essas palavras nos consolam? Muitas pessoas buscam consolo neste texto, focando nas “mansões”, a que Cristo se refere. Alguns parecem pensar em Jesus como um engenheiro de um projeto de construção no céu. Uma ideia que Ele ainda não concluiu, e teria que ir embora a fim de terminá-la. Na realidade, isso nos faz perder o significado da passagem. Os discípulos estão preocupados, porque Jesus vai morrer e eles se separariam Dele, não com as mansões celestiais, mas com a presença do Mestre. Não é surpreendente como, na realidade da morte, os bens materiais não têm nenhum valor! Os discípulos, como a maioria de nós, viam a morte como um inimigo, um ladrão que arrebatará seu amigo. As palavras de Jesus são proferidas para confortá-los a respeito de Sua morte, e lembrá-los novamente de que a morte é temporária para aqueles que O seguem.

Nos capítulos treze a dezessete de João, que às vezes são chamados de “Discurso do Cenáculo”, Jesus consola seus discípulos, dizendo-lhes duas coisas: Primeiro, Sua morte seria o meio pelo qual eles habitariam com Ele para sempre; Segundo, durante o tempo de Sua ausência física Ele estaria presente com eles por meio do envio do Seu Espírito Santo, para habitar não apenas entre eles, mas dentro deles. Assim a morte de Cristo não estava ligada primeiramente a “preparação” de um lugar, mais do que isso, Ele descreve Sua “partida” como o meio pelo qual eles “estariam com Ele. ” Os discípulos temiam a morte de Jesus, porque pensavam que esse fato os separaria para sempre. Jesus os encorajou, assegurando-lhes que Sua morte seria o meio pelo qual eles ficariam unidos com Ele para sempre. A morte não era o problema, mas a solução. Se Jesus não tivesse morrido, como sacrifício para satisfazer a justiça de Deus pelos seus pecados, eles morreriam em seus pecados e seriam separados Dele para sempre. Cristo pagou o preço pelos pecados dos homens, para que tenhamos a certeza de que podemos viver para sempre em sua presença. Os discípulos não entenderam nesse momento, mas compreenderam após a Sua ressurreição dos mortos.

Depois de verem o Cristo ressurreto, passaram a anunciá-lo como Aquele cuja morte e ressurreição trazem vida eterna para todos os que creem. Eles não temiam mais a morte, como antes. Como aqueles discípulos, os cristãos ao longo dos tempos celebram a morte de Jesus como o caminho de Deus para os céus, é por meio dela que podemos viver para sempre com Cristo. A morte não nos afasta de Deus, nem Ele nos mantém na morte, mas ela se torna uma porta, e não uma parede, um começo e não um fim. Por isso, o apostolo Paulo disse: “Para mim, viver é cristo, e morrer é lucro.” (Fp 1:21)

Sendo assim, nossa resposta à morte de Jesus determina nosso relacionamento com a morte. A Bíblia nos diz que se aceitarmos a morte de Jesus e sua vitória sobre ela, crendo que Ele ressuscitou ao terceiro dia, então teremos a segurança da nossa própria ressurreição. A morte não será o fim, mas a maneira de como desfrutaremos da sua presença para sempre.

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