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João Pessoa

Devocional: por um amor de ato

“Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”. (1 João 3:18)

Sou inimigo de qualquer manifestação de amor meramente retórico. Em tempo algum acreditei apenas em palavras. Sempre fui adepto da ideia de que amor de fato é amor de ato e de que amor sem ato é só ‘boato’.

Quando olho para as palavras e ações de Cristo, registradas na Escritura, para o amor de Paulo pela obra do Senhor, para as exortações quanto a necessidade de um amor ativo, sinto-me ainda mais incomodado com uma Igreja que a cada momento parece caminhar num caminho complicado em direção ao que chamo de ‘amor retórico’.

Dói abundantemente a alma ver a Igreja cada dia mais letárgica na manifestação de um amor que age em favor do outro. É estranho que a busca pelo bem do próximo em resposta grata e prazerosa ao amor de Deus seja deixada de lado e que o ‘amor de ato’ sucumba ao poder do legalismo.

Passo longe de querer transformar o cristianismo numa espécie de balcão de assistencialismo. Fujo para muito, mas para muito longe da malfadada ‘Teologia da Libertação’, mas acredito que precisamos urgentemente ser uma Igreja que ama com um amor em ação. Carecemos ser tomados de compaixão, de empatia e de desejo de mudar histórias.

Um cristianismo que não molda o caráter a ponto de me fazer querer agir para mudança do outro é qualquer coisa, menos o cristianismo bíblico. Amar a Deus inevitavelmente me fará querer fazer seus feitos conhecidos. Torná-lo conhecido não é um exercício meramente retórico. Ao contrário disso, é ação! “Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos as suas maravilhas”, Salmos 96.3

Mas há esperança em meio a esse cenário cruel. Sim, ainda há um amor de ato, ainda há gente que tem prazer em amar a Deus amando seus irmãos e amigos, sendo agentes de transformação. Tornando o nome de Cristo conhecido através de uma pregação fiel, bíblica e de atos que corroboram com essa pregação.

Ainda há gente que dedica seus dons e talentos ao serviço do Rei, servindo aos outros, sem esperar trocas, barganhas, aplausos, louros. Essa gente age em uma disposição de amor e gratidão, fruto da convicção de que Cristo amou de ato e não apenas de palavras.

Precisamos urgentemente nos levantar em meio a uma geração letárgica e evidenciar que o cristianismo nos moldes bíblicos é mais que religião, é transformação pessoal que gera um desejo irresistível de adorar a Deus e que reflete em todas as áreas da nossa vida, que nos habilita como ‘embaixadores de Cristo’ a sermos mediadores entre dois mundos.

Precisamos evidenciar que o amor de Cristo se fez realidade em nossa vida e isso é possível quando amamos uns aos outros, não meramente em palavras, mas principalmente em ações!

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