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João Pessoa

Pesquisadores da UFPB identificam peixe da América Central no rio Jaguaribe

A espécie de peixe chamada Xiphophorus maculatus foi identificada, pela primeira vez, em nove locais distintos da bacia do rio Jaguaribe, em João Pessoa e no município de Cabedelo, na Região Metropolitana da capital paraibana. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

De acordo com o pesquisador e professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas da UFPB, Telton Ramos, esse peixe é criado para fins ornamentais, em vários países, e provavelmente chegou à bacia do rio Jaguaribe devido a atividades de aquarismo.

“Muitas pessoas que criam peixes em aquários e tanques, quando desistem da prática do aquarismo, costumam soltar os mesmos em algum córrego ou no rio próximo de suas residências”, explica Telton Ramos.

O Xiphophorus maculatus é conhecido popularmente como “plati” ou “molinésia” e seu habitat natural é na América Central, desde o rio Jamapa, perto da cidade de Veracruz, no México, até a Guatemala.

Conforme o professor da UFPB, espécies introduzidas em áreas ecológicas atípicas são uma das maiores causas da perda biodiversidade nativa em todo o mundo. “Estas espécies, quando introduzidas em um novo habitat, normalmente induzem distúrbios ecológicos sobre as espécies nativas, tais como competição e predação”.

Em outras palavras, a introdução de Xiphophorus maculatus na bacia do rio Jaguaribe pode diminuir mais ainda a biodiversidade na superfície de escoamento do rio central e de seus afluentes, que já vêm sofrendo uma elevada degradação ambiental.

Segundo a pesquisa da UFPB, é importante informar à população que, quando desistir de criar alguma espécie de peixe, não se deve jogá-la em um rio.

“É melhor doar para alguém ou para o Laboratório de Ictiologia da UFPB, devotado ao estudo dos peixes, para quem mora na Grande João Pessoa”, disse.

O doutorando Yuri Rocha também participou do estudo, coletando peixes no rio Jaguaribe. Os próximos passos da pesquisa são de avaliar os possíveis impactos ecológicos causados pela introdução do Xiphophorus maculatus na bacia do rio Jaguaribe e sua relação com a biota nativa.

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FONTE:G1 PB
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