Um pastor, que não teve o nome divulgado, foi assassinado friamente por extremistas muçulmanos em Moçambique, país de Língua Portuguesa localizado no sudeste da África.
A esposa do pastor contou à Polícia de Nova Zambézia, onde ela e o marido viviam, que “insurgentes ligados ao Estado Islâmico abordaram o pastor em um campo, decapitaram-no e, em seguida, entregaram sua cabeça a ela e ordenaram que ela informasse as autoridades”, de acordo com o jornal Zimbabwe Daily.
De acordo com a entidade de monitoramento da perseguição religiosa International Christian Concern, o crime foi cometido na última quarta-feira, 15 de dezembro.
No dia seguinte ao assassinato do pastor, o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou que o número de ataques jihadistas havia diminuído este ano depois que Ruanda e países vizinhos ajudaram a combater a insurgência jihadista islâmica radical.
No início deste mês, a organização de vigilância baseada no Reino Unido Human Rights Watch relatou que um grupo armado na província de Cabo Delgado chamado Al Sunnah wa Jama’ah, também conhecido como Al-Shabab, forçou mulheres e meninas sequestradas a “casarem” com seus combatentes.
De acordo com informações do portal The Christian Post, outras mulheres e meninas mantidas em cativeiro foram vendidas a combatentes estrangeiros por valores entre US$ 600 e US$ 1.800, de acordo com o relatório da Human Rights Watch.
Algumas mulheres e meninas estrangeiras sequestradas foram libertadas depois que suas famílias pagaram um resgate estipulado pelos extremistas.
A prática terrorista de decapitação dos “infiéis” é antiga por parte do Estado Islâmico. Em novembro passado, combatentes do grupo decapitaram mais de 50 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e sequestraram outras em ataques nos distritos de Miudumbe e Macomia, também na província de Cabo Delgado.
A província de Cabo Delgado, rica em petróleo, fica numa região costeira do Oceano Índico e sofreu o surgimento de um movimento jihadista que forçou milhares de pessoas a abandonarem suas casas, além de matar centenas desde 2017.
Em 2018, o grupo terrorista jurou fidelidade ao Estado Islâmico do Iraque e Síria, que ocupavam um território entre os dois países, também rico em petróleo. Em 2019, o Estado Islâmico confirmou o grupo como afiliado e assumiu a responsabilidade por alguns ataques.
Não se acredita que o grupo Al-Shabab de Moçambique, um país de maioria cristã, tenha qualquer conexão com o grupo terrorista homônimo sediado na Somália.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 745.000 pessoas estão deslocadas internamente em Moçambique devido ao extremismo islâmico desde 2017, o que levou o país à 45ª posição na lista de 50 países mais hostis aos cristãos, elaborada pela Missão Portas Abertas.