O Diário Oficial do Estado (DOE) trouxe, nesta quinta-feira (24), a demissão de cinco agentes penitenciários acusados de homicídio qualificado.
Denis Pereira Januário, Emmanuel Nunes de Oliveira, Estenio da Nóbrega Dantas, Fábio Miguel Lopes e Wigner Leite dos Anjos foram presos em 2012, na Operação Hidra, que desvendou um esquema de facilitação da saída de presos e entrada de drogas em presídios de Patos e Sousa e nas cadeias públicas de São Bento e São José do Egito, Pernambuco.
Na época, o coronel José Almeida Rosas, então comandante do policiamento do Sertão da Paraíba, disse que os agentes facilitavam a saída de presos até para cometer homicídios, tanto na Paraíba como em Pernambuco. Nas investigações, policiais filmaram os agentes penitenciários escoltando presos para praticarem os assassinatos.
Segundo a Polícia Militar de Pernambuco, o mesmo grupo de detentos investigados na Operação Hidra seria responsável pelo abastecimento de drogas no Sertão da Paraíba e nos municípios de São José do Egito-PE, Itapetim-PE, Brejinho-PE e Tuparetama-PE. Os acusados negam e afirmam que o processo que resultou na demissão tem a ver apenas com o crime de homicídio.
“A organização tinha como quartel general o Presídio Regional de Patos, tendo uma ramificação no Presídio Aníbal Bruno (Recife-PE). De acordo com as investigações, partiam de dentro do Presídio de Patos ordens para outros criminosos executarem pessoas e efetuarem assaltos. A organização tinha ligações ainda com os estados de São Paulo e Rio Grande do Norte, que articulavam a vinda de droga trazidas do Paraguai e da Bolívia, vendidas dentro das unidades prisionais”, informou a PM de Pernambuco, ainda em 2012.
Consulta feita pelo site do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) mostra que o processo contra os agentes penitenciários da Paraíba transitou em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em fevereiro deste ano. Em 16 de setembro, foi negado seguimento de recurso à presidência da Corte. A decisão foi publicada na quinta-feira passada (17).