Hoje parei para ouvir um áudio divulgado em grupos de WhatsApp e que prometiam acabar com a imagem de Aderaldo Menudo. Ouvi uma vez, repeti e depois ouvi novamente e a qual conclusão cheguei? Não existe ali nada, absolutamente nada que não acorra com certa frequência na política, não somente na cidade de Conde, mas em qualquer cenário de disputa eleitoral. Diálogos, acordos, compromissos, composições são tão comuns e como a própria disputa pelo voto.
O que vimos?
Um candidato a prefeito cuja campanha nasceu às pressas, sem muito tempo para crescer, com certa capilaridade eleitoral, porém sem força política neste momento para uma disputa competitiva, conversa com candidatos a vereador de um partido aliado e fala abertamente sobre uma possibilidade de abrir mão da disputa e apoiar outro projeto. Há algo novo, diferente, extraordinário?
Fala-se em composição do futuro governo, inclusive com indicação de espaços, secretarias e também sobre condições de trabalho para campanha dos tais vereadores (que inclusive se mostram interessados e sem qualquer resistência à possibilidade). Eu pergunto caro leitor: algum desses assuntos é alheio ao universo político e as conversas sobre alianças?
Depois de toda uma discussão sobre cenário, inclusive de indicação para cargos em um eventual futuro governo, discussão na qual os candidatos a vereador não parecem ver nenhum problema moral ou ético – até porque a meu ver, se as indicações acontecerem respeitando quesitos profissionais e aos ditames legais, não há problema mesmo -, Menudo diz a seguinte frase: “Pronto, eu tenho 60 pessoas de vocês para botar. A questão é essa: para mim era ruim? Era não, mas eu não quero isso!” (Confira no áudio abaixo, por volta do minuto 3,29). Menudo parece está dizendo que não quer fechar uma aliança política nesses termos, ao menos não sem a aprovação do grupo político.
Um dos presentes deixa claro que a única ‘bomba’ na tal gravação é postura do candidato a vice-prefeito, que segundo ele, “vai pra Márcia”, se referindo a prefeita Márcia Lucena. “Ele vai pra quem ganha. Então ele vai pra Márcia”, diz o interlocutor.
Ah! De verdade, essa ainda não é uma questão grave, até porque Edinho, Menudo, todos os agentes políticos locais e cada cidadão condense são livres para optar pelo projeto que entendem ser melhor. Ou não? Além disso, a frase do interlocutor não soa como uma novidade pra ninguém, ou soa? Alguém duvida do que ele disse?
Chamou atenção ainda que um dos presentes na reunião diz que o lugar de Menudo não é na política. “Ore a Deus, peça conforto a Jesus, que seu caminho não é na política não”. Outro então diz: “Sabe por quê? Porque você não é mentiroso. Você não é mentiroso”. Agora expliquem como alguém se grava dizendo que alguém não é desonesto para horas depois ‘pedir a cabeça’ desse alguém?
Se a bomba sobre Menudo era apenas essa, diria que ela é forte tal qual água de batata.
Por fim, se querem mesmo falar sobre algo grave nesse áudio, falem apenas do ato de gravar uma reunião interna para depois fazer uso das falas de alguém com quem até bem pouco tempo você estava abraçado.
Eis o que penso até que alguém me mostre algo grave de verdade nesta peça ou em outra.
Escute o áudio: