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Jornalista aponta racismo após ser demitido de afiliada da Globo

Hildázio Santana, jornalista que trabalhou como coordenador de esportes da TV Bahia, afiliada da TV Globo, disse que foi alvo de racismo por parte de um diretor quando foi demitido.

O episódio aconteceu na semana passada. Nesta quinta-feira (28), Santana deu declarações a respeito do caso.

O jornalista, que é conhecido como Dadá, explicou que tudo começou após ele ter mudado uma cafeteira de sala. Ele disse que esqueceu de levar o aparelho de volta ao local de origem e, um dia depois, foi chamado pelo diretor Eurico Meira da Costa, diretor de jornalismo, para conversar.

– O Eurico me colocou dentro de uma sala. Tentou me desligar por justa causa, me coagiu, me julgou, e no final me puniu com um desligamento da empresa. Me acusou da ‘subtração’ de um equipamento de café – relatou Hildázio, no Instagram.

– Retirei uma cafeteira pequena de uma sala e coloquei em outra sala. A cafeteira não saiu da TV Bahia, continua lá até hoje. No dia seguinte, fui chamado pelo diretor de jornalismo porque as imagens mostravam eu saindo com o equipamento de uma sala para outra. Não coloquei dentro de sacola, nem de mochila, nem embaixo da camisa. Saí com ela nas mãos e por onde passei existiam câmeras mostrando tudo. Há quase dez câmeras de uma sala para outra. Mesmo assim, expliquei que levei a cafeteira apenas para fazer um café para me divertir com os colegas, e que iria colocar no mesmo lugar, mas por causa de muitas reuniões, não deu tempo. Mesmo assim fui questionado pelo Eurico porque havia entrado de maneira ‘furtiva’ no local para pegar o equipamento – disse ainda.

Foto: Reprodução/Instagram/Hildázio Santana

Santana trabalhou na emissora por quase 20 anos.

– Nunca pensei que em quase 20 anos na TV Bahia, eu iria viver um ato tão cruel por uma pessoa que estava ali para me apoiar. Uma pessoa que deveria ser exemplo no orientar, falar e no cuidar. O racismo é silencioso e desumano. Semana passada dois amigos me disseram que sofremos todos os dias atitudes racistas e não percebemos. “Apanhamos” todos os dias e não percebemos. O “chicote” vira e mexe volta para tentar mostrar para nós, negros, onde é nosso lugar. No dia 20 de outubro eu senti isso. Uma dor que até hoje está presente.

Ao UOL, o profissional revelou que já fez contato com advogados para se defender.

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