O lançamento do nome do Irmão Aderaldo Menudo para a disputa pelo comando da prefeitura municipal da cidade de Conde, no Litoral Sul da Paraíba desperta o que há de melhor no povo da terra de Jacoca, o sentimento de valorização, dignidade e respeito por suas origens, por sua história e pela imensa capacidade de vencer as dores da vida.
Ao se deparar com a história e a postura do menino negro do Bairro dos Novais, que enfrentou o preconceito, a pobreza e as dificuldades da vida, saindo vencedor, o povo da cidade que é de negros, índios, assentados e ‘forasteiros’ que foram feitos filhos, olha para os desafios e diz: SIM, NÓS PODEMOS!
Aderaldo, como grande parte do povo local é agricultor, conhece a terra com intimidade, tira dela seu sustento, e por isso, valoriza cada pedaço desse lugar. Como muitos daqui, é negro, sabe o que é preconceito, já sofreu as dores do racismo presente num lugar que apesar de ter grande parte da população negra, sofre pela suserania de alguns que se acham donos do lugar e tomam para si a alcunha de benfeitores, quando na verdade, são causadores de grandes males e imensas dores.
De jeito simples, fala mansa e sorriso fácil, Aderaldo conta com gratidão e orgulho sobre sua historia de luta. Ele já passou necessidades e teve que trabalhar muito cedo para ajudar no sustento da família. Aos 12 anos saia de casa no bairro dos Novais, empurrando um carro de mão até o Mercado Central para carregar feira e dali ajudar a levar pão para seus irmãos. História essa que não é diferente de muitos em Conde.
Evangélico, Aderaldo defende princípios cristãos fortemente arraigados no sentimento do povo condense. Respeito à família, aos valores morais e as crenças das pessoas, são fundamentais para uma sociedade igual. O que para muitos não tem sido visto no Conde dos últimos anos.
Se o Irmão Aderaldo Menudo será eleito ou não, é impossível dizer agora, mas uma coisa é certa: Um agricultor e negro se ‘rebelar’ contra o sistema vigente na cidade e se colocar como opção para o povo de Conde é no mínimo, uma vitória de dessa gente que carece de representação legítima.
Muitos olham para Menudo e dizem: SIM, NÓS PODEMOS!