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Idosa é picada por escorpião durante espera por atendimento em hospital público

Uma idosa de 84 anos foi picada duas vezes por um escorpião enquanto aguardava atendimento, no domingo (13), no Hospital dos Servidores do Estado, no bairro do Espinheiro, na Zona Norte do Recife. Segundo parentes, ela foi à unidade de saúde para tratar um edema na perna.

Elizabete Augusto da Silva foi socorrida pelos filhos no sábado (12), por volta das 7h30. Ela tem Alzheimer, é hipertensa e, por causa de um acidente vascular cerebral (AVC), tem os movimentos do lado direito do corpo limitados. De acordo com a filha dela, a cuidadora de idosos Maria Elizabete Ferreira da Silva, a paciente demorou a ser atendida e passou mais de um dia numa maca, no corredor.

“Ela estava com um inchaço vermelho na perna. Chegando lá, a médica disse que não tinha equipamento de ultrassonografia, exame necessário para descartar uma possível trombose. Ela disse que era uma infecção, que se agravou pelo fato de ela ser idosa. Minha mãe ficou numa maca de 7h30 até a manhã do outro dia. Não tinha sequer o remédio de pressão dela”, afirmou a filha da idosa.

Enquanto aguardava atendimento, a idosa sofreu crises causadas pelo Alzheimer. A maca dela ficou em cima de um ralo, que a família desconfia ter sido de onde o escorpião saiu.

“Isso aconteceu quando estávamos trocando a roupa dela. Ela deu um grito enorme, disse que tinha um bicho nas costas. Meu filho passou a mão e o escorpião caiu na barriga dela. Quem matou foi a chefe da enfermagem, que estava passando na hora. O animal picou minha mãe duas vezes. A médica disse que ligou para o local que dedetiza o hospital e que disseram que não precisava de remédio. Só de dipirona e água morna”, disse Maria.

A filha de Elizabete contou que o remédio e a água morna, para aliviar a dor da picada, demoraram horas para chegar.

“Às 16h, apareceu outro médico. Ele disse que era óbvio que o escorpião tinha veneno e que era preciso fazer um exame de sangue. Prescreveu ontem [domingo, 13 de junho] e o exame só veio acontecer hoje [segunda-feira, 14 de junho]. Num instante, arrumaram a ultrassonografia e o leito, depois que eu briguei com uma enfermeira, que disse que os leitos vagos eram para pacientes antigos”, declarou.

O ralo do qual o escorpião teria saído foi tapado com esparadrapo por funcionários do hospital público. “Se ela tivesse de morrer, já teria morrido. É muito sofrimento naquele hospital. Vários pacientes disseram que havia muitas baratas lá. Barata é o alimento do escorpião”, disse Maria.

O G1 entrou em contato com o Instituto de Recursos Humanos do Estado de Pernambuco (IRH), órgão vinculado à Secretaria de Administração (SAD), que gerencia o Hospital dos Servidores, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

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FONTE:G1
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