A Polícia Federal (PF) apreendeu um carro de luxo avaliado em R$ 300 mil no âmbito da “Missão Redentor”. A operação, deflagrada nesta semana, prendeu em flagrante Ruan Arno Brockveld, de 24 anos, suspeito de traficar drogas e armazenar 725 quilos de cocaína e 6,2 quilos de crack em imóveis usados por ele em Navegantes e Balneário Piçarras (SC). Ruan, que é filho do vereador e vice-presidente da Câmara de Vereadores de Penha, Maurício Brockveld (MDB), teve a prisão em flagrante convertida ontem em prisão preventiva pela Justiça de Santa Catarina.
O delegado da PF em Itajaí, Tales Teixeira Junior, confirmou ao UOL que uma BMW X1 foi encontrado em posse do jovem, que é atleta e empresário, e foi recolhido pelos investigadores, uma vez que foram achadas drogas em seu interior.
“Durante as diligências policiais este veículo foi vistoriado e, nele, foi encontrada uma pequena quantidade de droga, além daquela que já havia sido recolhida de dentro da residência, justificando a apreensão”, afirmou o delegado.
Nessa fase da operação, que é liderada pela Polícia Federal do Rio de Janeiro, o suspeito afirmou que não era o dono da droga encontrada no imóvel alugado por ele, mas, segundo a polícia, Ruan confirmou que recebia uma quantia por mês para guardar os entorpecentes que, posteriormente, seriam destinados ao Estado do Rio de Janeiro.
A carga apreendida na residência, no bairro Nossa Senhora da Paz, em Piçarras, tem valor aproximado de R$ 25 milhões, segundo estimativa da Polícia Militar.
A ação teve início no último final de semana, quando a Polícia Militar recebeu da PF a eventual região de armazenamento da carga e os policiais militares se empenharam em buscas na área até localizar o local concreto onde estava a droga [a operação também contou com auxílio da PRF]. Durante as rondas foi descoberto que o suspeito estaria transferindo parte da carga ilícita de Navegantes para a casa alugada de Piçarras, onde estavam os malotes de cocaína.
Conforme o delegado Tales Teixeira Junior, armazenar a droga é configurado como uma das modalidades de tráfico de drogas, o que resultou na prisão em flagrante do suspeito na segunda-feira. Ontem a Justiça de Santa Catarina, por meio da 2ª vara da Comarca de Balneário Piçarras, converteu a prisão em preventiva – medida cautelar que tem o objetivo de evitar que o suspeito cometa novos crimes ou, em liberdade, prejudique a coleta de provas.
“A partir de agora os novos desdobramentos da Operação Redentor seguem com a Polícia Federal do Rio de Janeiro. Como a investigação está em curso, ainda não é possível detalhar como funcionava esse esquema [de recepção, guarda e repasse das drogas de Santa Catarina para o Rio]”, finaliza o delegado.
Desde ontem o UOL tentou contato com a defesa e o pai de Ruan Brockveld, o vereador Maurício Brockveld (MDB), para colher um posicionamento sobre o caso, mas não obteve respostas. A reportagem permanece aberta à manifestação da defesa e da família do parlamentar.
Procurada, a Câmara de Vereadores de Penha informou que não irá se manifestar sobre o assunto. O UOL também entrou em contato com o Diretório Estadual do MDB em Santa Catarina, mas a legenda informou que, por se tratar de um caso pontual envolvendo um familiar de um parlamentar, também não irá se manifestar.