A Câmara dos Deputados pagou, nos últimos 12 meses, R$ 690,5 mil para filhos afetivos da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) que estavam lotados no gabinete dela.
O montante equivale à soma da remuneração mensal e auxílios e gratificações natalinas paga pela Casa Legislativa a quatro filhos da parlamentar entre setembro do ano passado e agosto deste ano.
São eles: Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Paulo Victor Izidoro Vieira, André Luiz de Oliveira e o pastor Gerson Conceição de Oliveira. Os quatro foram exonerados em agosto, segundo informou Flordelis.
Dessa turma, dois – Carlos Ubiraci Francisco da Silva e André Luiz de Oliveira – foram presos no último dia 24 de agosto acusados de participarem do assassinato do pastor Anderson do Carmo.
O pastor Gerson, por sua vez, é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo por supostamente ter participado do homicídio. Já Flordelis foi apontada como a mandante do crime, mas não foi presa.
Além dos quatro filhos, a deputada lotou em seu gabinete, entre fevereiro e julho de 2019, Luana Vedovi Rangel Pimenta, esposa de Wagner de Andrade Pimenta, um dos filhos que rompeu com a deputada.
A mulher do vereador pelo Podemos em São Gonçalo (RJ) Misael – como é conhecido Wagner Andrade de Pimenta – recebeu R$ 86,7 mil no período em que esteve lotada no gabinete. Ela chegou a receber salário de R$ 15.698,32.
Os dados foram levantados pelo Metrópoles junto ao Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. O montante pode ser maior ainda, uma vez que o site não disponibiliza dados anteriores a setembro de 2019.
André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Paulo Victor Izidoro Vieira e Gerson Conceição de Oliveira trabalhavam com a deputada federal desde fevereiro do ano passado.
Três deles – André Luiz, Carlos Ubiraci e Gerson Conceição – recebiam o valor máximo para um assessor, R$ 15.698,32. Só Paulo Victor ganhava R$ 1.935,01 por mês, mais R$ 982,29 de auxílio.
Segundo apurado pelo Metrópoles, as investigações sobre a morte do pastor Anderson identificaram indícios de nepotismo e de suposta prática de “rachadinha” no gabinete da deputada federal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu em 16 de setembro, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), material que traria indícios de rachadinha no gabinete da parlamentar.