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João Pessoa

Corpo de adolescente morta pelo padrasto vai passar por exame sexológico e de DNA

O corpo que foi encontrado no local apontado por Francisco Lopes, padrasto de Júlia dos Anjos Brandão, adolescente que sumiu na última quinta-feira (7) em João Pessoa, está no Instituto de Polícia Científica (IPC) da capital. No local, serão realizados exames de DNA e sexológico.

O exame de DNA vai confirmar se o corpo encontrado é de Júlia e o sexológico deve indicar se ela também foi vítima de violência sexual. Francisco negou que tenha cometido abuso sexual.

Também devem ser realizados outros exames para apontar as causas da morte da menina. Por isso, ainda não há previsão de liberação do corpo.

O suspeito disse que cometeu o crime porque a adolescente não aceitava a gravidez da mãe, segundo informou o delegado Hector Azevêdo, responsável pelo caso. Júlia dos Anjos estava desaparecida desde o último dia 7 de abril e teve o corpo encontrado na terça-feira (12), quando o padrasto confessou o crime para a polícia.

“Ele afirmou que como a sua companheira tava grávida dele de dois meses e a menina não aceitava, ele temia que a menina pudesse fazer mal ao bebê e à mãe. Por isso, teria motivado ele a cometer o crime”, contou.

Hector também explicou que desde o início os investigadores da Polícia Civil da Paraíba viam o padrasto como sendo um dos principais suspeitos pelo crime, mas que aguardou reunir mais dados antes de pressionar o homem para que ele confessasse.

Francisco confessou o crime somente em um terceiro interrogatório, em que também disse que a matou ainda dentro de casa e que só depois levou o corpo para o local onde ele foi abandonado, num reservatório de água. O suspeito disse ainda que a mãe da menina dormia na hora do crime. A polícia suspeita de que a mulher tenha sido dopada.

O suspeito passa por uma audiência de custódia ainda nesta quarta-feira. Depois, deve ser encaminhado para um presídio de João Pessoa.

Francisco Lopes, padrasto de Julia, deu entrevista à TV Cabo Branco na segunda-feira (11) sobre o desaparecimento da menina; nesta terça-feira (12), ele foi preso pela morte — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Francisco Lopes, padrasto de Julia, deu entrevista à TV Cabo Branco na segunda-feira (11) sobre o desaparecimento da menina; nesta terça-feira (12), ele foi preso pela morte — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Contradições que levantaram suspeita contra o padrasto

De acordo com o delegado, contradições nas falas de Francisco acabaram levantando as suspeitas. Ele explica, por exemplo, que o suspeito foi visto de madrugada saindo de casa no dia do desaparecimento da menina, identificada como Júlia. Em depoimento anterior, contudo, o homem alegava que naquele momento tinha apenas ido estacionar o seu carro, ainda que imagens de câmeras de segurança não mostrassem o carro sendo estacionado.

Nesta terça-feira (12), então, o padrasto foi novamente à Central de Polícia, sob a alegação que buscava informações sobre o crime, quando os investigadores resolveram realizar um novo depoimento. Confrontado com as contradições de suas falas, Francisco acabou confessando a autoria do crime.

A polícia suspeita que naquele momento que ele saía de casa, por volta das 3h45 da manhã, o homem já saía com o corpo de Júlia morta por asfixia para deixá-lo onde acabaria sendo encontrado

Francisco Lopes de Albuquerque segue na Central de Polícia de João Pessoa, mas o delegado já pediu a sua prisão preventiva. No momento que ela seja aceita pela justiça, o homem deve ser transferido para algum presídio da capital paraibana.

Cacimba onde corpo de Júlia foi encontrado — Foto: Silvia Torres/TV Cabo Branco

Cacimba onde corpo de Júlia foi encontrado — Foto: Silvia Torres/TV Cabo Branco

Entenda o caso

Júlia dos Anjos morava com a mãe, Josélia Araújo, e o padrasto, Francisco Lopes, no bairro de Gramame, em João Pessoa, e desapareceu na quinta-feira (7).

A mãe relatou inicialmente que a filha havia recebido mensagens de uma mulher na quarta (6), que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e teria se oferecido para dar dicas de marketing digital para a adolescente.

A mulher desconfiava que esse poderia ter sido um dos motivos do desaparecimento da filha, hipótese que foi descartada posteriormente.

Nesta terça-feira (12), as suspeitas recaíram contra o padrasto, que após novo depoimento confessou o crime. Depois da confissão, ele ajudou os policiais a encontrar o corpo da criança, no local onde esse tinha sido abandonado.

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FONTE:G1PB
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