“Este relatório carece de credibilidade, pois se baseia em opiniões e não, em fatos. Temos certeza de que as pessoas verão essas acusações infundadas de conluio e se lembrarão do que a Huawei entregou à Grã-Bretanha nos últimos 20 anos” – essa foi a resposta da gigante chinesa ao relatório do comitê de defesa do Parlamento do Reino Unido (você pode ler aqui) que aponta “evidências claras de conluio” entre a Huawei e o “aparato do Partido Comunista Chinês”.
O relatório do comitê (formado por membros dos partidos Conservador e Trabalhista, além de um representante do Partido Nacional Escocês e um do irlandês Partido Unionista Democrático) traz depoimentos de especialistas e congressistas americanos, além do parecer do National Cyber Security Centre (Centro Nacional de Cibersegurança, ou NCSC), organização do governo britânico que dá consultoria e suporte para os setores público e privado.
Fora do 5G
Em julho, o NCSC recomendou que as operadoras de rede móvel não mais comprassem equipamentos da Huawei até o fim deste ano e eliminassem a presença da gigante chinesa de toda a infraestrutura de telecomunicações do Reino Unido até 2027. O relatório divulgado agora, porém, prevê que as empresas terão que refazer suas redes 5G em um prazo mais curto: até 2025.
Um dos argumentos apresentados para o pedido é o que se refere à Lei de Inteligência Nacional da China, de 2017, segundo a qual as empresas chinesas são obrigadas a “cooperar com o trabalho de inteligência do Estado”.
Segundo o relatório, as recomendações trarão maus resultados para o Reino Unido: “É evidente que essas restrições atrasarão o lançamento do 5G e prejudicarão economicamente o Reino Unido e as operadoras de rede móvel. O governo deve tomar as medidas necessárias para minimizar o atraso e os danos econômicos, considerando a possibilidade de indenizar os operadores se o prazo de 2027 for adiantado.”