A China planeja produzir 610 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus antes do final deste ano e 1 bilhão em 2021, afirmou nesta sexta-feira (25) o diretor do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão Nacional de Saúde, Zheng Zhongwei.
Em uma entrevista coletiva sobre o avanço das vacinas na China, Zheng disse que 11 de cinco “plataformas” com a participação do país estão na fase 3 de testes clínicos sem apresentar efeitos adversos, acrescentando que esperam poder aplicar as vacinas “o mais rápido possível”.
Ele lembrou que as chamadas vacinas de emergência, que a China começou a aplicar em julho, têm sido utilizadas em “grupos de risco” e apresentam resultados “muito fortes”.
“Tivemos um mecanismo muito rígido para verificar qualquer reação adversa para todos os envolvidos no processo. Nenhum caso adverso foi detectado”, frisou.
Por sua vez, o diretor do centro biológico do Ministério da Ciência e Tecnologia, Zhang Xinmin, explicou que em certa medida é “normal e aceitável” que as vacinas em teste possam apresentar alguns efeitos adversos.
Sobre as mutações do vírus, Zhang disse não ter verificado “grandes alterações” nas diferentes cepas existentes nos países após a comparação das sequências genéticas.
“Há um grande nível de semelhança, então acreditamos que essas vacinas serão válidas para todas as cepas”, afirmou.
Zeng Guang, chefe do setor de epidemiologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, também presente na entrevista, disse que os resultados da fase 3 “parecem muito bons” e que as vacinas aparentam ser “eficazes e seguros”.
“Essas vacinas vão ser utilizadas em milhões de pessoas e as chances de um efeito adverso serão maiores, então será necessário ter um mecanismo centralizado para monitorar sua aplicação”, destacou.
Os especialistas, no entanto, não queriam adiantar uma data para que as vacinas comecem a ser aplicadas em massa.