O governo comunista da China vem intensificando sua ingerência na fé cristã e agora ordenou aos pastores e demais líderes da igreja controlada pelas autoridades a pregarem a confiança no ditador do país, Xi Jinping.
A “sinicização” é um processo que vem, gradualmente, moldando a doutrina das igrejas legalizadas para atender aos objetivos e valores do Partido Comunista da China (PCCh). Na ocasião, Xi Jinping também determinou que um estudo aprofundado sobre a visão de Karl Marx sobre a religião seja produzido.
O ditador comunista chinês afirmou que os cristãos, particularmente, tendem a evangelizar outras pessoas, o que o PCCh define como “proselitismo”, atividade que o governo proibiu.
Em outro momento, segundo o portal Bitter Winter, o mandatário cobrou maior fiscalização sobre a publicação de conteúdos religiosos não-autorizados, uma atividade que já está proibida para estrangeiros, conforme nova diretriz das províncias.
A Igreja Three-self (“Igreja da Trindade”, em tradução livre), controlada pelo governo, foi a primeira a ser ordenada a implementar “imediatamente” as diretrizes da Conferência Nacional.
O pastor Xu Xiaohong, presidente do Comitê do Movimento Three-Self Patriótico Cristão Chinês, organizou em 7 de dezembro uma reunião extraordinária do Comitê e do Conselho Cristão da China.
O comitê e o Conselho supervisionam a doutrina nas filiais da Three-Self, e o objetivo da reunião era assistir ao discurso gravado de Xi na Conferência Nacional, e elaborar um plano para coloca-lo em prática.
Segundo Xu Xiaohong, as igrejas devem deixar de lado assuntos menos importantes e se concentrar na prevenção no COVID-19 e no 100º aniversário do Partido Comunista Chinês.
Na visão de Xiaohong, o ditador Xi Jinping deve ser retratado em “nove mandamentos”, que devem se tornar o programa para todos os pastores e comunidade nas próximas semanas e meses.
Entre os “nove mandamentos” estão a pregação de que “o trabalho religioso faz parte do trabalho maior do Partido Comunista”, assim como “obedecer aos líderes do Partido e aos líderes religiosos oficialmente aprovados” e ” estudar e implementar a teoria marxista da religião”, entre outros.