O cenário eleitoral está cada vez mais afunilado e bastante evidenciado. As peças no tabuleiro político são claramente postas, de modo a se ter ideia de como cada ‘jogador’ irá se postar. Ao menos é assim na maioria das cidades da grande João Pessoa. Mas em Bayeux, a situação é diferente, especialmente quando se trata de uma ‘velha raposa’ da política paraibana.
O ex-deputado Domiciano Cabral tem dado passos que, embora repetitivos, seguem trazendo confusão, alguma desconfiança e expectativa ao eleitor do município. Sara Cabral, esposa de Domiciano está inelegível há muitos anos e mais uma vez, é apresentada como pré-candidata a prefeita do município. A insistência no nome de uma pessoa que não pode ser candidata tem levantado novos e antigos questionamentos e de algum modo, trazido desconfiança ao eleitor de Bayeux, especialmente ao emedebista.
Aliás, apresentar Sara como candidata é algo reticente para seu esposo, que a apresenta como elegível e na reta final, a substitui e ou anuncia apoio a outro nome. Foi assim quando Jota Junior foi eleito prefeito. Faltando exatas 24 horas para a eleição, o próprio Domiciano ocupou o lugar da esposa (o que era permitido pela lei eleitoral vigente), mantendo a foto da amada na urna. Resultado: o eleitor votou em Sara e elegeu Domiciano como vice-prefeito.
Diversas conjecturas permeiam as conversas da política bayeuxense. Fala-se que um ‘plano b’ para a não candidatura de Sara teria sido apresentada por Domiciano ao presidente estadual do MDB, o senador Veneziano Vital, mas o cabeludo rechaçara completamente a ideia. O ex-deputado quereria indicar uma prima como vice na chapa de Diego do Ki-Preço. Mas o senador exige candidatura própria, afinal, o partido deu passos importantes e até perdeu gente histórica, por acreditar em Domiciano.
Os rumores são de que Domiciano articula não apenas para emplacar uma prima como vice e outro primo, Miltinho, como Superintendente do DNIT. Essa postura inclusive já estaria causando estremecimentos na cúpula estadual do MDB, que não estaria disposta a atender caprichos do ex-deputado. Haveria no MDB a sensação de que o partido estaria sendo utilizado como instrumento de barganha, o que fere imensamente a história da legenda em Bayeux. Em suma, a estratégia de Domiciano estaria azedando a a relação com o MDB.
Fala-se inclusive que não será surpresa que o clã recue em favor da candidatura de Tacyana Leitão, pois não seria do interesse de Domiciano uma ruptura com o governador do Estado, já que o ex-deputado prestaria serviços ao governo, através de sua empresa e não gostaria de ter essa condição ameaçada em nome de uma candidatura que pode não prosperar.
O que se sabe na verdade é que o clã Cabral é uma incógnita, que Domiciano é um estrategista de mão cheia e que não age sem pensar cada passo e suas consequências. Resta saber: Até quando ele manterá o discurso? Até quando seguirá o mesmo roteiro? Será que veremos candidatura do MDB? Será ele mesmo, Domiciano o candidato? Domiciano está disposto a comprar realmente uma briga com João? Ou estaria a velha e inteligente raposa preparando mais um bote certeiro e de repente deixa o MDB refém de sua estratégia?
Aguardemos e veremos!