O acusado de homicídio após uma briga com o vizinho por causa de wi-fi, em Ourinhos (SP), foi condenado pelo crime nesta quinta-feira (28), no fórum da cidade, depois de mais de dois anos e meio. Evandro Leonardo de Paula, de 31 anos, recebeu a sentença de 24 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado.
O caso aconteceu em março de 2019, quando Alexandre Vita, funcionário público de 47 anos na época do crime, compartilhava o sinal de wi-fi com o vizinho, mas teria saído de casa e desligado o aparelho no dia.
Evandro ficou nervoso por conta disso e foi até a casa de Alexandre tirar satisfação, quando a vítima voltou. Na briga, o condenado esfaqueou Alexandre, que não resistiu aos ferimentos.
Evandro de Paula foi preso em flagrante em sua casa logo após o crime, cometido numa noite de domingo. Policiais encontraram na casa do então suspeito a chave da casa da vítima.
Alexandre Vita foi morto pelo vizinho dentro de sua casa — Foto: Reprodução/TV TEM
Na ocasião, ele confessou o crime à polícia e ainda contou que limpou o chão e lavou as roupas que ficaram sujas de sangue.
No dia seguinte ao crime, a Justiça decretou a prisão preventiva de Evandro pela acusação de homicídio qualificado.
‘Não podia se defender’
No dia do velório do funcionário público, Leonardo Vita, irmão da vítima, disse que o crime foi cometido contra uma pessoa que não poderia se defender.
Segundo Leonardo, o irmão havia acabado conseguir sua aposentadoria por invalidez por conta de uma deficiência nos quadris causada por um problema na medula, que inclusive o impedia de andar normalmente. Alexandre Vita deixou a namorada e dois filhos.
Filha da vítima, Ianara Vita disse que o pai estava ansioso pela chegada do primeiro neto — Foto: Arquivo pessoal
Um dos filhos era a manicure Ianara Alvim Belo Vita, à época com 19 anos e grávida de quatro meses. Ela contou ao g1 que o pai estava ansioso pela chegada daquele que seria seu primeiro neto.
Ianara afirmou que acreditava que o pai seria um avô carinhoso e que trataria o neto da mesma forma como ele agiu com seus filhos. Além da manicure, Alexandre Vita também era pai de Igor, então com 25 anos.
Ela também relembrou o histórico profissional do pai para justificar o seu espírito carinhoso. Ao arrumar os armários do pai após sua morte, Ianara conta que encontrou dezenas de desenhos feitos pelas crianças da escolinha onde ele trabalhava como inspetor. Segundo ela, o pai guardava todos os presentes que recebia dos alunos.