Uma mulher tentou salvar o marido que se afogava no Rio Perequê, em Cubatão (SP), e ambos desapareceram após a formação de uma cabeça d’água. Segundo Daiane Aparecida Raimundo, de 27 anos, sobrinha das vítimas, os tios iam ao local com frequência, mas a forte correnteza pegou os dois de surpresa. Os bombeiros realizam buscas pelo casal nesta segunda-feira (22).
Jussara Xavier Raimundo e Florisvaldo Neto Xavier desapareceram na tarde de domingo (21), após a formação de uma cabeça d’água no rio. O fenômeno natural aconteceu após fortes chuvas atingirem a cidade, causando o aumento do volume de água do rio e provocando a enxurrada.
O casal mora em São Vicente, no litoral paulista, e, segundo Daiane, frequenta quase todos os fins de semana a Cachoeira do Perequê. Ela relata que, neste domingo, eles estavam acompanhados do filho de apenas 2 anos e da cunhada de Florisvaldo. “Era rotina, sempre iam até lá. Eles ficam bem no começo, na parte rasa, onde não tem muita correnteza”, conta.
A sobrinha explica que o bebê estava com a cunhada de Florisvaldo, enquanto os dois estavam na água. Segundo Daiane, Florisvaldo começou a se afogar, e a esposa tentou ajudá-lo. No entanto, ela não sabia nadar, e acabou levada pela correnteza junto com o marido, por volta das 15h. “[O rio] estava muito cheio, as águas estavam perigosas”, diz Daiane.
Desde o horário do desaparecimento, bombeiros procuram pelo casal em todo o perímetro do rio. Os trabalhos foram interrompidos na noite de domingo e foram retomados na manhã desta segunda-feira. O filho do casal, que estava fora do rio, está sob os cuidados da avó paterna.
A família de Jussara, que mora no Rio de Janeiro, está a caminho da Baixada Santista para acompanhar as buscas. “Agora, só nos resta aguardar”, conclui Daiane.
Cabeça d’água
A cabeça d’água que fez com que o casal desaparecesse também deixou outras 16 pessoas ilhadas. O grupo era acompanhado por um monitor do Parque Ecológico Perequê. Por volta das 15h20, os bombeiros foram acionados e se dirigiram ao local. Além da corporação, o helicóptero Águia, da Polícia Militar, também foi utilizado para resgatar parte das vítimas.
Segundo apurado pela reportagem, a cabeça d’água se formou durante a tarde, após fortes chuvas atingirem a Baixada Santista. De acordo com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, até às 20h deste domingo, a cidade havia acumulado 65,8 milímetros de chuva.