O prefeito Emerson Panta (Progressistas) não esperava uma reação tão forte e enérgica, afinal, tratava-se de uma candidatura lançada a dez dias das convenções e que havia sido retirada no meio do pleito eleitoral passado, quando venceu com a maior votação da história de Santa Rita.
Flaviano Quinto (PSC) surge em 2020 com uma força que ninguém mais esperava que tivesse.
Após um intenso jogo de bastidores na janela partidária, Panta, que trabalhou para desarticular as oposições apostando num W.O., agora se vê encurralado nas ruas da cidade.
Depois de desistir de seguir com a sua candidatura em 2016 para cuidar do pai Marcus Odilon, já doente à época, Quinto agora se uniu a Estefânia Maroja para defenderem, juntos, os legados de Severino e Marcus, duas lendas da política santarritense e maiores prefeitos da história da cidade.
Com a certeza burra de que não havia mais concorrentes por um longo tempo, Panta declinou do “ótimo” prometido em 2016 e deu ao povo de Santa Rita apenas o “regular”.
Com um discurso estagnado desde a última campanha, o doutor segue com os mesmos argumentos que o elegeram e não deu um passo mais à frente, deixando de oferecer ao eleitorado que lhe confiou os mais de 51 mil votos, a cidade do futuro desenhada lá em atrás. Afinal de contas, salário em dia e ruas limpas são o mínimo que se espera do orçamento da terceira maior cidade do estado.
Aos poucos, sem mostrar a que veio, Panta, avesso ao contato humano e à sensibilidade necessária para lidar com as camadas mais humildes da cidade, foi capitalizando o desafeto do povo e a decepção coletiva pela falta de resultados expressivos do seu governo.
Quinto, do outro lado, mergulhou de cabeça nas ruas, de mãos dadas com Estefânia e uma militância fervorosa, com sangue nos olhos, se abraçou com o povo, assim como fazia Marcus Odilon, assim como foi nos áureos tempos de Maroja, devolvendo às pessoas a sensação de que o seu prefeito pode ser alguém semelhante a elas, que se mistura, alguém do seu próprio meio, de carne e osso como todos nós.
Nos planos de Panta, perder não era uma possibilidade, mas é algo com que tenha que conviver neste pleito, e o fato é que, sem dados oficiais que afiram e traduzam o quadro em números, as ruas e as redes sociais passam o recado que Quinto chegou, e chegou forte demais, evidenciando a tendência já percebida claramente na cidade de uma crescente consistente e contínua desde que iniciou-se a campanha e que tem se mantido.
Ontem (24) um tsunami vermelho tomou conta da cidade, os bandeiraços vermelhos puderam ser vistos em vários bairros, como o Centro, Tibiri, Alto das Populares, deixando a sensação que os indecisos parecem começar a tomar um lado.
Complicou para o doutor que, a pouco mais de 20 dias da eleição, definha e começa a perceber que os votos obtidos em 2016 eram muito mais da situação política vivida à época do que propriamente seus.
Em suma, Quinto chegou e, ao que parece, a pegada é forte demais para Panta reagir a essa altura do campeonato.
Resta aguardar a abertura das urnas.
