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João Pessoa

A necessidade de flexiblização

Leia Jeremias 18:1-6

Os governos estaduais e municipais estão começando a flexibilizar a abertura das atividades em nossos munícipios, neste momento de pandemia. Creio que, com responsabilidade e cuidado, seja importante, pois a rigidez exagerada de qualquer norma traz muitos prejuízos.

Flexibilização é a qualidade de ser brando o suficiente para dobrar livremente ou repetidamente sem quebrar, a capacidade de ceder. Deus deseja realizar Sua obra-prima em nós, à medida que Ele nos coloca em conformidade com a imagem de Seu Filho, Jesus Cristo. Assim como um oleiro amolda um pedaço de barro, também o Senhor trabalha em nossas vidas, moldando-nos como vasos escolhidos. Para que um oleiro conclua sua obra com sucesso, a argila necessita ser flexível, não pode estar nem muito seca ou muito úmida para ter uma flexibilidade correta. Deve ser livre de impurezas e pedregulhos, o que impedirá as mãos do oleiro moldar o vaso. Da mesma forma, ocorre com a obra que Deus está realizando em nossas vidas, necessitamos ser flexíveis e purificados. Quando perdemos nossa flexibilização, atrapalhamos aquilo que o Senhor deseja realizar em nós.

O barro pode estragar-se na mão do oleiro, resistindo-lhe os toques aplicados. A palavra “estragado”, no texto supracitado, significa corrompido, danificado, arruinado, perder as boas qualidades. Quando há resistência ao que o Mestre deseja executar em nós, tornamo-nos rígidos e danificados. O que faz alguém se tornar inflexível e resistente à obra de Deus?

O orgulho – Antes que Deus nos possa  mudar, devemos reconhecer que necessitamos da Sua ação em nossas vidas. A sensação de que “eu estou bem do jeito que sou”, não passa de orgulho. O apóstolo Tiago nos diz: “… Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (4:6). E o sábio rei Salomão nos fala de uma geração que é pura aos seus próprios olhos, e, ainda assim, não é lavada da sua própria imundície, seus olhos e pálpebras são altivos e combatem o agir de Deus. (Pv 30:12-13). Creio que a maior das falhas é a consciência de que não tem nenhuma. Não sejamos orgulhos, deixemos o Senhor trabalhar em nossas vidas.

Apego às coisas materiais- Jesus fez a seguinte advertência: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lucas 12:15). Madame Jeanne Marie de La Mothe Guyon pode ajudar-nos a compreender como as coisas materiais nos levam a opor-se ao trabalho de Deus em nossas vidas, quando disse: “Se não houvesse mistura em sua alma, ela se apressaria instantaneamente em direção ao Deus todo-poderoso e se entregaria completamente a Ele. Mas se você está carregado com muitos bens materiais ou qualquer outra coisa, essa atração é dificultada. Muitos cristãos se agarram a parte do mundo ou parte de si com tanta força que passam a vida inteira fazendo apenas o progresso de um caracol em direção ao seu centro.” Devemos ter sempre em mente aquilo que Jesus Cristo disse em Mateus 6:10-20.

Os prazeres da vida – O Mestre exortou: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” (Mt 15:26). Muitos não desejam abrir mão dos prazeres transitórios da vida, para deixar o Senhor moldar seu caráter segundo o Seu querer. Dwight L. Moody afirmou: “Há muito poucos, que em seus corações não acreditam em Deus, mas o que eles não farão é dar-Lhe o direito exclusivo de ação. Eles não estão prontos para prometer total fidelidade somente a Deus. Muitos cristãos professos são uma pedra de tropeço, porque sua adoração é dividida. No domingo adora a Deus; nos dias de semana, o Senhor tem pouco ou nenhum lugar em seus pensamentos.” Faz-nos bem recordarmos das palavras do evangelista João em sua primeira epístola capítulo dois, versículos quinze a dezessete.

Preso ao passado – Alguns têm apenas medo de mudar, estão confortáveis com o status quo e não querem agitar o barco. Possuem a síndrome da Gabriela: ““Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou sempre assim…”. Estão impregnados de tradições e hábitos. O apóstolo Paulo nos instrui dizendo: “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.” (Cl 2:8). Não deixemos que as coisas antigas impeçam o agir de Deus em nossas vidas, procuremos libertar-nos de tudo aquilo que danifica e arruína a obra do Criador em nós.

Assim, como as autoridades estão realizando a flexibilização da abertura das atividades nos munícipios, também devemos flexibilizar nossas vidas para o trabalho do Senhor, a fim de Ele forme a imagem do Seu Filho em nós. Para isso, é necessário que abandonemos a nossa soberba ridícula, o apego às coisas materiais, os prazeres efêmeros e as nossas tradições erradas do passado. Que o Senhor nos conceda um coração quebrantado pronto para o Seu labor.

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