A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, voltou a alertar para a perseguição contra os cristãos no Brasil. Alvo de constantes ataques por falar abertamente de sua fé, a ministra comentou, durante um evento em Guaporé, no Rio de Grande do Sul, neste fim de semana, sobre as acusações que tem recebido por direcionar doações privadas, através do Pátria Voluntária, presidido por Michelle Bolsonaro, para ONGs cristãs.
– Isso é um grande preconceito religioso. Quando o Pátria Voluntária escolhe uma instituição religiosa de origem evangélica para ajudar a distribuir as cestas básicas, e essa escolha não é da cabeça da primeira-dama, ela passa por um conselho, como havia fome e emergência, escolhe-se quem está lá na ponta para ajudar. Nesse caso, por coincidência, são evangélicas. Aí, pronto: não pode porque são evangélicas. Mas não foi verba pública que foi levada para lá, era uma doação, tínhamos de levar comida lá (para as pessoas). Quem está cuidando do índio, dos ribeirinhos, dos pobres na região amazônica? São as instituições religiosas, é óbvio. Por acaso nós iríamos levar sindicatos para dar comida às pessoas na região da Amazônia? – questionou.
Damares lembrou ainda que outras instituições de origem religiosa são parceiras tradicionais do governo para repasses para a manutenção do trabalho voluntário.
– Quero lembrar que, se for assim, então a gente não vai mais poder ajudar as santas-casas no Brasil, já que elas e as casas de misericórdia no Brasil tiveram origem em um segmento religioso. Então o que eu vejo aqui, com relação à minha primeira-dama, é um preconceito à fé evangélica. A gente tem de superar isso. Daqui oito anos, segundo o IBGE, 52% da população brasileira será evangélica. Então a gente vai ficar com 52% da população que não pode fazer nada com o governo? Eu acho que esse preconceito é descabido e a gente vai ter de começar a melhorar isso – pontuou.
A ministra reforçou ainda que o trabalho junto a ONGs religiosas continuará e convidou pessoas de “qualquer segmento religioso” a ajudar.
– Se eu professasse uma outra fé, com certeza não seria tão perseguida. Mas a gente não tem vergonha da nossa fé, não temos nada a esconder, e a gente vai continuar. Quem quiser ajudar, vem, de qualquer segmento religioso. Quem não tem religião nenhuma, venha ajudar a gente. Nesse momento, foi uma instituição evangélica quem se ofereceu pra ajudar e estava lá na ponta – finalizou.