O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta 3ª feira (29.set.2020) que o governo está “buscando alternativas” para viabilizar o programa batizado de Renda Cidadã, que deve ampliar o Bolsa Família.
“Sabemos que não tem recursos, então estamos buscando alternativas. Alguns falam: “Pega dos precatórios, vende algumas estatais.” Vender estatais não é assim, não: “Vamos lá vender. Quem quer comprar?” É 1 processo enorme. Você tem que ter 1 critério para isso. Você não pode queimar estatais. Você tem que vender estatais para uma finalidade”, disse.
As declarações foram dadas a apoiadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. A conversa foi divulgada em vídeo num canal do YouTube chamado Foco do Brasil, alinhado ao governo, que frequenta a área destinada aos apoiadores no Alvorada.
Mais cedo, o presidente rebateu no Twitter críticas às medidas econômicas adotadas pelo governo federal, como a criação do Renda Cidadã. Em justificativa das ações da administração federal, Bolsonaro afirmou que “o auxílio emergencial, infelizmente para os demagogos e comunistas, não pode ser para sempre”.
Na mesma ocasião, o presidente ponderou que, para financiar o programa de renda, seria “possível” estudar a venda de estatais. Bolsonaro mencionou o mercado. Isso porque, depois de anunciar nesta 2ª feira (28.set.2020) como pretendia implementar o Renda Cidadã, o dólar disparou e a Bolsa de Valores caiu.
“Se bem que, para essa finalidade [de financiar 1 programa de renda] é possível –possível!– de ser estudado [vender estatais] –antes que o mercado desabe novamente, né? Pessoal do mercado também: não estou dando recado para vocês. Se o Brasil for mal, todo mundo vai mal. Aquele ditado “estamos todos no mesmo barco” é o mais claro que existe no momento. O Brasil é 1 só. Se começar a dar problema, todos sofrem”, disse.
Ainda se dirigindo ao mercado, Bolsonaro acrescentou:
“Pessoal do mercado, não vai ter renda. Vocês vivem disso, de aplicação, né? E nós queremos, obviamente, estar de bem com todo mundo. Mas eu peço, por favor, ajude com sugestões, não com críticas. Quando tiver que criticar alguém, não é o presidente. É quem destruiu o emprego de mais de 20 milhões de pessoas.”
O presidente ainda disse que vai agir de acordo com o pensamento militar. Ele declarou: “Eu quero uma solução racional, preciso de ajuda no tocante a isso, conselhos… Agora, se não aparecer nada, vou tomar aquela decisão que o militar toma: pior que a decisão mal tomada é uma indecisão. Eu não vou ficar indeciso.”
Bolsonaro rebateu quem o critica por supostamente estar agindo de olho na eleição presidencial de 2022:
“Tudo que eu faço, dizem que estou pensando em 2022 agora. Se não faço nada, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022.”