As vulnerabilidades que geraram maior número de ataques cibernéticos ao longo dos últimos meses estão ligadas, principalmente, às configurações de privacidade dos usuários. Riscos digitais ligados ao trabalho por ‘home office’ se tornaram mais evidentes ao longo da quarentena.
O aumento dos casos de ataques em quase 300%, já registrado desde julho por especialistas de segurança digital, está ligado também a necessidade de uma adaptação forçada e pouco estruturada ao modelo de trabalho remoto. Na vasta maioria dos casos, funcionários não possuíam uma estrutura de segurança em seus aparelhos digitais nem em suas redes de internet domésticas.
Como explica Caio Telles, especialista em segurança digital e diretor-executivo da Bug Hunt, a precariedade de estrutura no trabalho remoto se tornou um grande alvo para usuários mal-intencionados. “A vulnerabilidade das empresas ficou ainda maior devido ao acesso remoto dos sistemas via home office. As pessoas, muitas vezes, trabalham com um computador e também compartilham o uso do aparelho com outras pessoas da casa. Todo esse movimento se torna um risco para as redes das organizações.”
Nestes casos, as falhas de privacidade se tornam uma grande fragilidade para os usuários, podendo colocar em risco sistemas inteiros de suas empresas. Estes problemas são provenientes, principalmente, de autenticações através de contas em redes sociais em sites não confiáveis, e navegação e fornecimento de dados a sistemas com padrões de segurança de fácil quebra, por exemplo
Correções nestas falhas devem vir, principalmente, da preocupação de gestores em prover segurança cibernética para seus funcionários. Estruturação de redes confiáveis, uso de aparelhos dedicados ao trabalho e outros pontos viabilizam o trabalho remoto sem riscos aos envolvidos. “É preciso simplificar sistemas e integrar cibersegurança e testes nos processos de desenvolvimento. Além disso, é primordial conscientizar os colaboradores com o objetivo de criar uma cultura de segurança”, complementou Telles.