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Mulheres voltam às ruas em Belarus; polícia prende manifestantes

Centenas de mulheres voltaram a se reunir neste sábado (12) no centro de Minsk, capital de Belarus, para protestar contra o governo de Alexander Lukashenko. Grupo de direitos humanos afirma que dezenas de pessoas foram detidas.

Alguns manifestantes batiam panelas enquanto gritavam “Devolvam Masha”, em referência à líder da oposição Maria Kolesnikova, de 38 anos, que foi presa nesta semana na fronteira com a Ucrânia. Ela resistiu à expulsão do país rasgando o seu passaporte.

Quando as mulheres chegavam à Praça da Liberdade de Minsk, homens encapuzados tentaram deter algumas delas, que resistiram, como mostram imagens do canal independente Belsat TV e do site de notícias Tut.by.

Outro vídeo mostra imagens de policiais que ajudavam os encapuzados, que levavam as mulheres de maneira violenta para veículos da força de segurança. O grupo de defesa dos direitos humanos Viasna afirma que 30 manifestantes foram detidos.

A porta-voz do ministério do Interior, Olga Chemodanova, confirmou à AFP que mulheres foram detidas, mas não revelou detalhes.

A onda inédita de protestos no país começou em 9 de agosto, após o mandatário ter sido reeleito pela 6ª vez, em uma eleição considerada fraudulenta pela oposição. Desde o início dos protestos, mais de 7 mil pessoas foram detidas. A maioria delas já foi liberada.

Inicialmente, as mulheres eram relativamente poupadas pelas forças de segurança, mas, com o tempo, passaram a também ser alvo de agentes mascarados.

Oposição

Além de Maria Kolesnikova, outra liderança da oposição, advogado Maxim Znak, de 39 anos, foi detido nesta semana. Ambos fazem parte do “Conselho de Coordenação”, criado para preparar o caminho para uma transição política no país após a contestada reeleição.

Pessoas não identificadas também tentaram entrar no apartamento da escritora Svetlana Alexievich, que é a última integrante do conselho que está em liberdade no país. Alexievich é vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2015.

Até momento, Lukashenko se recusa a dialogar. Em agosto, as autoridades bielorrussas abriram uma investigação criminal contra membros do Conselho de Coordenação, que são acusados de atentar contra a segurança nacional ao pedir a transferência do poder.

Os principais líderes da oposição estão presos ou exilados. Svetlana Tikhanovskaya, que ficou em segundo lugar na eleição presidencial, está na Lituânia.

Lukashenko vai à Rússia

Na segunda-feira (14), Lukashenko viajará à Rússia para participar de uma reunião com o presidente Vladimir Putin. O encontro acontece em um momento em que o líder bielorrusso busca aprofundar suas relações com o país vizinho para superar a pressão interna.

A relação entre os dois países vinha estremecida desde o fim de 2019 quando a Rússia suspendeu a venda de petróleo para Belarus com preço abaixo dos de mercado. Na época, o governo de Lulashenko se recusava a abrir mão de aspectos que considerava sensíveis à soberania nacional.

Antes da eleição, Lukashenko chegou a acusar os russos de tentarem interferir no pleito. No entanto, após o aumento da tensão provocada pela onda de protestos, ele voltou a se aproximar do aliado histórico. Há algumas semanas, Putin afirmou estar pronto a enviar forças policiais ao país para conter os manifestantes.

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FONTE:G1
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