22.1 C
João Pessoa

Utilizando a âncora nos momentos procelosos

Por favor leia Atos 27:13-29

Se você ainda não está passando por um momento de grande perturbação, apenas espere, pois todos estamos sujeitos. Essa é a regra de viver em um mundo decaído como o nosso. Posso afirmar que alguns estão na fornalha do sofrimento agora, outros acabaram de sair, e muitos estarão lá mais cedo ou mais tarde.

O nosso texto relata um momento tenebroso na vida do grande apóstolo Paulo, quando estava sendo conduzido à Roma. Em Mirra, na Lícia, embarcaram num navio alexandrino, cujo destino era a Itália. No versículo dez, Paulo adverte aos marinheiros: “Senhores, vejo que a nossa viagem será desastrosa e acarretará grande prejuízo para o navio, para a carga e também para as nossas vidas”. Eles não acreditaram nas palavras do Apóstolo, e prosseguiram a viagem, mas, conforme a palavra do  homem de Deus, o navio foi arrastado pela tempestade, sem poder resistir ao vento, e sofreu grandes danos. Com esse episódio, aprendemos algumas lições:

Ao atravessar uma tempestade, não podemos depender da sabedoria humana. v.17 – Os marinheiros sabem o que fazer, quando são apanhados por uma tempestade, o texto diz que eles lançaram mão de todos os meios, para reforçar o navio com cordas, baixaram as velas e deixaram o navio à deriva, sendo em vão tais medidas, lançaram fora, com as próprias mãos, a armação da embarcação, bem como toda a carga. Porém os seus conhecimentos e recursos não foram suficientes para livrá-los.

Devemos confiar totalmente na sabedoria divina. v.23-25 – Depois que a tripulação esgotou tudo o que sabia sobre como enfrentar uma tempestade, Paulo se levantou e apresentou-lhes a Palavra do Senhor: “não tenha medo. É preciso que você compareça perante César; Deus, por sua graça, deu-lhe as vidas de todos os que estão navegando com você’.  Assim, tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito.” Deus está no controle de todas as coisas e cuida de todos aqueles que Nele confiam, realizando o seu propósito mesmo em meio as tempestades.

Precisamos utilizar algumas âncoras. v.29 – “Temendo que fôssemos jogados contra as pedras, lançaram quatro âncoras da popa e faziam preces para que amanhecesse o dia.”  A âncora é um instrumento de metal utilizado para não permitir que as embarcações sejam arrastadas pelo vento. Por isso, é considerada um símbolo de firmeza, força, tranquilidade, esperança e fidelidade. Considerando a ação dos marinheiros, sugiro, ao atravessar os momentos procelosos de nossas vidas, utilizarmos quatro âncoras:

Da oração – Deus nos concedeu esse meio de graça, por seu intermédio podemos apresentar-Lhe nossas necessidades e obtermos a sua provisão e socorro. Ele ordenou, por meio do profeta Jeremias: “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece. ” (Jr 33:3) Devemos orar continuamente (I Ts 5:17), mas com maior intensidade quando enfrentamos as adversidades da vida.

Da comunidade – Não podemos desenvolver a nossa vida cristã no isolamento, fomos criados para viver em comunhão. O escritor da epístola aos Hebreus, inspirado pelo Espírito do Senhor, afirmou: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” Nos momentos das lutas e tormentas, podemos encontrar na igreja amor, respeito, solidariedade, compaixão, oração, graça, perdão e muitos outros cuidados. Mesmo com suas imperfeições, a igreja continua sendo um lugar terapêutico, por cujo intermédio Deus cuida de nós, mesmo em período de isolamento, devemos manter nossos laços com o corpo de Cristo, utilizando os recursos tecnológicos que temos.

Da fidelidade – Muitos, nos momentos das tempestades, deixam de ser fiéis, ficam revoltados com Deus e O abandonam. Admiro muito a atitude dos cristãos macedônios, que, embora diante de severa tribulação e grande pobreza, ainda assim permaneceram fiéis a Deus e contribuíram com alegria com o ministério de Paulo. (I Co 8:1-4) Na carta aos hebreus, o escritor inspirado procura incentivar os cristãos a serem fiéis, porque alguns estavam avaliando a possibilidade de renunciar a vida cristã, em face das perseguições e sofrimentos, assim ele lembra os heróis da fé, que, na mesma situação no passado, foram perseverantes e obtiveram a recompensa pela fidelidade.

Da esperança – No versículo 34, Paulo ministra uma palavra de esperança para todos na embarcação: “Nenhum de vocês perderá um fio de cabelo sequer”. O Salmista Davi nos orienta a sermos fortes e corajosos, pois todos aqueles que confiam/esperam no Senhor são como os montes de Sião que não se abalam, mas permanecem firmes para sempre. (Sl 31:24 – 125:1),  A esperança move o nosso coração nos momentos de dificuldade a não desistir e aguardar a manifestação do poder de Deus.

Pelo que foi abordado, você estaria devidamente ancorado durante a tempestade? Salomão afirmou: “Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o justo permanece firme para sempre. ” (Pv 10:25). Assim não dependa da sua própria força e sabedoria, mas deposite a sua fé no Senhor, aportado na oração, viva em comunidade, seja fiel e aguarde com esperança a manifestação do poder do Deus todo poderoso.

spot_img
LEIA MAIS
spot_img
LEIA MAIS
spot_img