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João Pessoa

Trechos de falésias da praia de Carapibus, no Conde, PB, deslizam após fortes chuvas na região

Após as fortes chuvas que caíram sobre o Litoral paraibano nos últimos dias, alguns problemas estruturais causados pelas chuvas passaram a aparecer ou foram intensificados. Um desses locais que sofreu com as chuvas foi a praia de Carapibus, no município do Conde, no Litoral Sul do estado, onde trechos das falésias deslizaram.

Com as chuvas e os fortes ventos, intensificou o processo de erosão na falésia que veio a sofrer desabamentos em diversos pontos espalhados pela orla. Um dos moradores que possui residência nas proximidades da falésia, Carlos Cartaxo, comenta que nos últimos anos perdeu cerca de 10 metros de área territorial por conta da erosão da falésia e que há anos os moradores tentam proteger as falésias do avanço do mar.

“Há anos a gente tenta proteger a barreira. A barreira é um risco iminente, um risco cotidiano. E à medida que o mar bate embaixo, mina a base da barreira, e quando chega o período de chuvas e ventos, detona toda a barreira, diminui o nosso território, colocando em risco a vida das pessoas”, diz Carlos.

Carlos ainda reforça o perigo causado pela erosão da falésia e como pode causar riscos à vida de turistas e banhistas que frequentam o local.

O secretário de infraestrutura do município do Conde, Tiago Ribeiro, explica que foi criado um comitê de crise para resolver os problemas causados pela erosão do mar nas falésias da praia de Carapibus, e que projetos estão sendo elaborados para amenizar os efeitos causados na barreira.

“Foi criado um comitê de crise para elaborar projetos, no entanto, estamos mapeando a área para identificar os pontos de riscos”, explicou o secretário.

Mas esse problema não acomete apenas as falésias da praia de Carapibus. Outros pontos da orla do litoral paraibano também sofrem com o processo natural de erosão marinha (ou continental) das barreiras naturais.

Pesquisas apontam que, em mais algumas décadas, o mar poderá avançar a tal ponto em João Pessoa que vai chegar aos bares localizados no Cabo Branco, ao Bosque dos Sonhos e a equipamentos históricos e turísticos como o Farol do Cabo Branco e a Estação Ciência, por exemplo, que poderão desaparecer.

O professor e pesquisador Saulo Vital alerta para o que ele chama de “erosão continental”, que vem se mostrando até mais agressiva do que a erosão marítima e que é provocada por uma cidade mal planejada e que não respeitou suas áreas verdes.

O professor e pesquisador Saulo Vital destaca que há um consenso entre os estudiosos das áreas de Geografia e de Geociência de que tem que haver um “processo planejado de desocupação da área”. Pode parecer uma medida drástica, mas ele explica que as intervenções realizadas pelo poder público, além de não resolverem o problema, estão acelerando-o.

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FONTE:g1
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