O WhatsApp retirou do ar um contato que funcionava como uma linha de ajuda para que cidadãos pudessem informar saques e violência no Afeganistão, entre outros problemas, ao Talibã. O serviço foi anunciado pelo grupo extremista no domingo (15), dia em que capturou a capital Cabul depois que as tropas americanas e britânicas se retiraram do país.
O Facebook, proprietário do WhatsApp, anunciou que o bloqueio foi realizado nesta terça-feira (17) em uma investida contra os “canais oficiais do Talibã”, e acrescentou que continua verificando ativamente, com ajuda de falantes nativos de dari e pashtun, os nomes de chats, descrições e fotos de perfis que possam ser usados pelo grupo extremista.
Bloqueio inútil
Críticos nos Estados Unidos têm atacado as plataformas de mídia social por não excluírem os posts do Talibã em suas redes. Entretanto, especialistas na região argumentam que as medidas são inúteis, pois o grupo militar já está efetivamente governando o país.
“Você estará apenas isolando os afegãos, tornando mais difícil para eles se comunicarem em uma situação que já está em pânico”, afirma Ashley Jackson, uma ex-trabalhadora humanitária da Cruz Vermelha e da Oxfam no Afeganistão e autora de um livro sobre o Talibã e sua relação com os civis afegãos.
Organização terrorista
O Facebook argumentou que a decisão de bloqueio das comunicações do grupo extremista não foram tomadas pela plataforma e sim do governo americano. “O Talibã foi considerado como organização terrorista pela lei dos EUA e nós o banimos de nossos serviços”, afirma a empresa.
Além da remoção de contas ligadas diretamente ao grupo, o Facebook e o Instagram proíbem elogios, apoio e representação do Talibã em suas postagens. A medida também está sendo adotada pelo YouTube.