Dona de fortes ataques à realização da Copa América no Brasil, a Globo tentou transmitir o torneio futebolístico que começa no próximo domingo (13), com exibição no rival SBT. Antes de participar da concorrência, a emissora enviou executivos ao Paraguai e chegou até a pedir perdão à Conmebol, organizadora do evento. As informações são do site Notícias da TV.
O perdão (ou “waiver”, na linguagem jurídica, tradução para renúncia em inglês) foi solicitado pela emissora para a federação pelo fato da Globo ser alvo de um processo por parte da Conmebol, por ter rescindido o contrato que lhe dava direito de transmitir a Copa Libertadores da América até 2022. Sem o “waiver”, a Globo não pode disputar direitos de exibição de eventos da entidade.
Jorge Nóbrega, presidente executivo da Globo; Paulo Marinho, neto de Roberto Marinho (1904-2003) diretor dos canais Globo; e Pedro Garcia, diretor de aquisição de direitos, foram pessoalmente a Luque, na Região Metropolitana de Assunção, sede da Conmebol, para tentar convencer a entidade a desistir do processo pelo rompimento do contrato da Libertadores.
Oficialmente, a Globo diz que o encontro “teve caráter estritamente institucional”, mas o site Notícias da TV afirmou ter apurado que houve, sim, tentativas de negociações. Além do pedido de perdão, os executivos da Globo propuseram comprar a Copa América e adquirir antecipadamente os direitos da Libertadores de 2023 a 2025, que só serão licitados no ano que vem.
Sem sucesso na primeira ocasião, Jorge Nóbrega voltou a entrar em contato com a cúpula da Conmebol, dessa vez à distância, e novamente não conseguiu convencer a entidade. Apesar de a confederação ter negado o perdão e mantido a ação judicial pela Libertadores, a emissora participou da concorrência pela Copa América. O SBT, porém, levou a melhor.
Antes desejado pela emissora, o evento virou nas últimas semanas alvo de ataques coléricos por parte dos profissionais da casa. Em uma das ocasiões, no SporTV, o narrador Luis Roberto afirmou que o evento era “uma vergonha”. O comentarista Walter Casagrande, por sua vez, escreveu no portal esportivo do grupo que será uma “Copa América macabra, com jogos da morte”.
Em nota, a Globo negou que a viagem de seus executivos à sede da Conmebol tenha tido interesses comerciais e disse que “a única viagem a Luque no ano passado teve um caráter estritamente institucional, de reforçar a parceria entre a Globo e a Conmebol, independente da questão momentânea da rescisão da Libertadores por conta dos impactos da pandemia”.
– Não houve formalização de ‘pedido de perdão’, não se falou sobre valores nem sobre direitos de transmissão. Toda a negociação da Copa América sempre foi feita através da representante dos direitos para o Brasil – completou a emissora.