Uma escola de idiomas de Bayeux está na mira do Ministério Público da Paraíba (MPPB) por suspeita de ter emitido declarações inválidas para que professores e funcionários do local furassem a fila de vacinação contra a Covid-19. A Prefeitura Municipal de Bayeux iniciou a vacinação dos profissionais da educação, mas por ora a imunização está restrita a quem trabalha em escolas regulares da educação infantil e fundamental, o que não abarca escolas de idiomas.
Procurada pelo G1, Camila Carla, que é uma das diretoras da KNN Idiomas, a escola tem convênios com escolas privadas regulares do Ensino Infantil e Fundamental da cidade, onde os professores de inglês e espanhol dão aulas. Desta forma, esses professores estariam no público-alvo da Prefeitura. A diretora argumentou ainda que alguns funcionários da área administrativa tomaram a vacina porque também se enquadram no grupo de trabalhadores da educação.
A Secretaria Municipal de Saúde de Bayeux, por sua vez, vacinou pessoas com essas declarações da escola até segunda-feira (24), mas no dia seguinte deixou de aceitar o documento justamente por causa de recomendação do MPPB.
Para a promotora Fabiana Lobo, que está à frente do caso, ainda não se trata de uma investigação, mas um procedimento de acompanhamento, com pedido de informações, para apurar eventuais irregularidades. Isso acontece depois que a promotora recebeu uma denúncia contra a escola.
Fabiana Lobo, inclusive, declara que esse caso, se confirmado, não será algo isolado. Ela explicou que outras denúncias estão sendo analisadas sobre possíveis fura-filas na cidade.
“Infelizmente, temos que lidar com essas situações de pessoas que não estão na vez de se vacinarem e tentam ludibriar o processo”, criticou.
Especificamente sobre a escola, ela destaca que vai aurar a responsabilidade dos envolvidos, lembrando uma vez mais que um “curso de línguas” não pode ser catacterizada como “ensino infantil e fundamental”.
Lobo declarou ainda que há denúncias de que gestores do município teriam sido vacinados mesmo sem ter chegado ainda a vez dos colaboradores da área administrativa. Para analisar isso, ela pediu à Secretaria Municipal de Saúde uma lista com os nomes de todas as pessoas que já foram vacinadas no município para identificar se houve alguma irregularidade.